Virgínia relata o processo de criação e gravação de seu vídeo Sérgio e Simone, premiado no 18º Festival. O trabalho nasce de outra obra realizado na Ladeira da Montanha, área degradada de Salvador. Ali, Virgínia encontra a travesti Simone. Desse encontro nasce uma parceria, que resulta em um vídeo sobre a região. Tempos depois, ao procurar a protagonista para obter uma autorização de uso de imagens, a artista se depara com Sérgio, identidade resultada de um processo de mutação: Ao sofrer uma overdose de crack, Simone tem um delírio místico que a faz retornar à sua primeira identidade masculina, tornando-se um pastor evangélico fanático que demoniza o culto do candomblé – do qual participava – e a homossexualidade. A artista explora a ambivalência dessa negação, pois ao contestar sua antiga condição, Sérgio sempre carrega consigo sua identidade anterior, nunca sepultando-a por completo. Por fim, a artista fala do papel da diversidade humana em seu trabalho.
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