Para o artista Haig Aivazian, a inauguração do edifício Burj Khalifa – o mais alto do mundo em Dubai – é o emblema de uma lógica global. Morando por dez anos no país, Aivazian refaz a gênese de seu trabalho, que busca explicitar as conexões entre arquitetura e economia. Fala da experiência perturbadora de conviver cotidianamente com a política de construções da cidade-estado, onde torres brilhantes, sem qualquer relação com o ambiente ao redor, se erguem em meio à areia, construídas por uma legião de trabalhadores estrangeiros imigrados da pobreza do sudeste asiático. Afirma não buscar falar de Dubai per se, mas desfazer a ideia de que sua arquitetura seja um fenômeno local, causado pelas condições políticas e econômicas da região. Ao contrário, segundo ele um prédio como o Burj Khalifa deve a sua existência aos interesses de uma rede financeira mundial. Relata também como, mesmo antes de sua construção, o edifício já se encontrava por toda Dubai por meio de um fabuloso esquema publicitário que o tornou um verdadeiro fantasma, espécie de ruína futurista.
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