O artista sul-africano, que participa do Festival desde o começo dos anos 2000, fala do vídeo que apresenta na edição de 2013 da mostra competitiva Panoramas do Sul, cuja ideia lhe surgiu durante as paradas das constantes viagens que realiza de trem entre a França e a Suíça. Nesse momentos, reparou nas qualidades cinemáticas de algumas das decorações, e no percursos tortuosos dos vagões. Segundo ele, pretende trabalhar com a sofisticação do cinema, que até o mais incauto dos espectadores consegue compreender. Estabelece um contraste entre a essa enorme argúcia da leitura de símbolos e signos visuais e a grande insegurança física que sentimos em vários aspectos da nossa vida. Ainda sobre a linguagem cinematográfica, questiona a usual submissão de todos os seus aspectos à narrativa, como se ela se resumisse a uma espécie de redenção que proporcionaria um momento final, quando tudo se resolveria. Ao contrário dessa visão, acredita ser possível dar autonomia a cada elemento fílmico. Fala ainda das transformações ocorridas nos últimos festivais. Comenta a maneira como o formato do evento – antes mais próximo a uma mostra de filmes, agora em formato de exposição de artes visuais – altera a recepção dos trabalhos pelo público.
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