Cao Guimarães abre individual em São Paulo
Com curadoria de Solange Farkas, a mostra Passatempo apresenta fotografias e vídeos de Cao Guimarães, nome referencial na produção brasileira que entrecruza cinema e artes plásticas. Ao longo de quatro séries, Gambiarras, Paquerinhas, Limbo e Otto, a seleção traça uma espécie de inventário dos motivos que perpassam a obra de Cao Guimarães. O elemento simbólico que orienta a curadoria é a água, que é tomada como símbolo de nascimento e também se associa ao modo como a figura humana surge quase sempre em estado embrionário nas imagens do artista mineiro.
Otto, destaque da exposição, é um vídeo inédito que desvenda o surgimento da vida por meio de detalhes de uma gestação - como em outros trabalhos, há um certo protagonismo da personagem que é apenas insinuada. Apesar de haver ali uma figura humana claramente visível, é sobre uma outra, oculta, que o trabalho dirige um olhar fascinado. A obra, que Cao descreve como "um filme de amor", foi batizada com o nome de seu filho.
Cao Guimarães tem uma trajetória singular pelo modo como seu trabalho transitou de importantes festivais de cinema - como os de Cannes, Locarno e Sundance - para eventos como a Bienal de São Paulo, que contou participações suas em duas edições, além de estar presente em coleções como as de Tate Modern, MoMA e Guggenheim Museum. Segundo a curadora de Passatempo, a linguagem de Cao Guimarães, que pode ser descrita como um audiovisual expandido, denota que, para ele, "o cinema é uma arte que ainda está no berço". A mostra fica em carta na Galeria Nara Roesler, em São Paulo, de 22.7 a 25.8.
Saiba mais sobre o artista e presença no Videobrasil na página dedicada a ele em Acervo.