VIDEOBRASIL NO MENA - Akram Zaatari
Neste depoimento, gravado para o 11º Festival, e disponível no Canal VB, Akram fala sobre Teach Me e as particularidades de se fazer vídeo no Líbano dos anos 1990, marcando o início da relação com o Videobrasil.
Esta retrospectiva não poderia começar sem citar o libanês Akram Zaatari. A relação do Videobrasil com Zaatari começou de maneira peculiar: até 1997 o Festival abria inscrições para artistas da América do Sul, Austrália, África e Sudeste Asiático, dentro do conceito de Sul geopolítico de então. Reconhecendo-se como integrante deste Sul, Akram inscreveu o vídeo Teach Me na seleção da 12ª Edição e, dada a qualidade do trabalho, o Videobrasil adaptou seu regulamento, passando a incluir o Oriente Médio.
Hoje grande estrela do circuito internacional, Akram Zaatari explora a construção das imagens e lida com questões de representação, identidade e desejo. Participou pela primeira vez do 11º Festival, em 1996, sendo selecionado ao todo para oito edições, incluindo a última, que ficou em cartaz entre novembro de 2013 e fevereiro de 2014. Na 14ª edição (2003), Akram foi também curador da mostra Narrativas Possíveis, ao lado de Christine Tohme, que, à frente da Lebanese Association for Plastic Arts (Ashkal Alwan), responde por boa parte do estímulo recente à produção de arte contemporânea no Líbano. Ambos apresentaram o trabalho de outros 11 artistas libaneses, resgatando a identidade e a memória de um país despedaçado por quase duas décadas de sangrentos conflitos religiosos e políticos. Além disso, sua obra é tema de um dos títulos da Videobrasil Coleção de Autores, Um Olhar Sobre os Olhares de Akram Zaatari (A Glimpse of One Man's Vision), de 2004, dirigido por Alex Gabassi.
No primeiro vídeo inscrito no Festival, Teach Me, Akram Zaatari alterna imagens de guerra e de filmes antigos para ressignificar e discutir questões de representação. O tom, ao mesmo tempo íntimo e profundamente político, também está presente em trabalhos como Crazy of You (1997) e Red Chewing Gum (2000). Akram conquistou o grande prêmio do 17º Festival, em 2011, com Tomorrow Everything will be Alright.
Akram Zaatari é um dos cofundadores da Fundação Imagem Árabe. Participou da Trienal de Turim (2008), das bienais de Istambul (2011), Veneza (2007) e São Paulo (2006), e da dOCUMENTA (13), 2012. Alguns de seus trabalhos integram a coleção da Tate Modern, Centre Pompidou, Kadist, MoMA e MCA Chicago. Vive e trabalha em Beirute, Líbano.
Na 18ª edição do Festival, ele foi selecionado pela curadoria com The End of Time, um trabalho que aborda o desejo masculino como uma cadeia infinita de começos e fins, apontando para a impossibilidade de manter viva a paixão diante do tempo e da realidade. O próprio Akram fala mais sobre a criação deste vídeo, inicialmente idealizado para a Documenta13, que tem como atores outros artistas (incluindo Ali Cherri e Roy Dib, também selecionados para o 18 Festival). Veja seu depoimento para a PLATAFORMA:VB.
Mas The End of Time foi ainda tema de um dos primeiros mapeamentos publicados por esta plataforma, criado pela curadora e pesquisadora Sara Giannini, propondo uma reflexão crítica sobre a prática curatorial. Nele, Giannini traça um paralelo entre a obra de Akram e outro trabalho selecionado pela mostra competitiva Panoramas do Sul, Geometria Descritiva, de Luiz Roque. Clique aqui para acessar a Plataforma e conhecer mais sobre o mapeamento e as obras.
Acompanhe o Especial Videobrasil no MENA
Ao longo desta semana, o site do Videobrasil vai dar destaque a outros artistas desta região que participaram da mostra competitiva Panoramas do Sul. Aguarde!