Abertura de exposição em Campinas conta com performance de Luiz de Abreu
A Itinerância das obras premiadas no 18º Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil chegou a Campinas, no interior do São Paulo. A exposição foi aberta ao público no dia 29 de julho, às 19h, no Sesc Campinas, reunindo cerca de 300 pessoas, entre artistas, autoridades e público local. A cerimônia de abertura começou no Teatro do Sesc, onde uma das curadoras convidadas do Festival, Júlia Rebouças, falou sobre essa 18ª edição e sobre as 14 obras contempladas com prêmios e menções honrosas que ficam expostas em Campinas até o dia 05 de outubro. Em um momento bastante emocionado, Júlia Rebouças deu início a um Tributo a Bakary Diallo, morto recentemente em um acidente de avião. "Um artista maravilhoso, brutalmente inteligente, sensível, muito criativo, com uma grande energia e força de trabalho". Um vídeo com depoimentos captados durante as 17ª e 18ª edição do Festival, com trechos de suas duas obras, foram exibidos ao público no Teatro. Em seguida, aconteceu a apresentação de O Samba do Crioulo Doido, performance de Luiz de Abreu, contemplada com o Grande Prêmio dessa edição do Festival. Após a performance, um coquetel deu início a visitação das obras no Galpão Cultural de Campinas, com falas do Gerente da unidade, Evandro Marcus Ceneviva, e da diretora da Associação Cultural Videobrasil, Solange Farkas, com a presença do artista vencedor do prêmio de residência artística na Bahia, no Instituto Sacatar, Basir Mahmood.
A Itinerância em Campinas contempla ainda a realização de atividades de Programas Públicos, ações educativas e disponibilização de plataformas digitais no espaço expositivo, que entre outros conteúdos possibilita o acesso ao acervo de cerca de 1.300 obras reunidas ao longo de três décadas de Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil. Antes, o projeto de Itinerância do Festival passou pelo Sesc São Carlos.
Além do trabalho de Luiz de Abreu, outras treze obras premiadas, entre vídeos e videoinstalações, fazem parte da Itinerância em Campinas: Tomo, de Bakary Diallo; My Father, de Basir Mahmood (Paquistão); Funfun, de Ayrson Heráclito (Brasil); Domésticas, de Gabriel Mascaro (Brasil); Journey to a Land Otherwise Known, de Laura Huertas Millan (Colômbia); We Are One, de LucFosther Diop (Camarões); The Sun Glows Over the Mountains, de Nurit Sharett (Israel); Pipe Dreams, de Ali Cherri (Líbano) e Sergio e Simone, de Virgínia de Medeiros (Brasil) -, além das quatro menções honrosa, Rabeca, de Caetano Dias (Brasil); Brisas, de Enrique Ramirez (Chile); 9493, de Marcellvs L. (Brasil); e Motherland, de Sherman Ong (Malásia).
Junto com estes trabalhos, estão à disposição do público no espaço expositivo quatro terminais de computadores para acesso a conteúdos digitais. Neles, é possível consultar a Videoteca VB, com cerca de 1.300 obras do Acervo Videobrasil; assistir aos vídeos do Canal VB, seção audiovisual do site da instituição, onde são exibidos os programas da série Videobrasil na TV, registros de encontros de Programas Públicos, entrevistas e depoimentos de artistas, curadores e convidados, além de making of e registros de performances que aconteceram nas dezoito edições do Festival. Nos terminais é possível acessar ainda a PLATAFORMA:VB, ferramenta online para pesquisa e experimentação em arte, na qual depoimentos e relatos dão voz aos artistas, possibilitando um maior entendimento sobre o processo de elaboração dos seus trabalhos e suas referências, com acesso a fotos e vídeos que eles mesmos selecionaram pela importância em suas pesquisas criativas.
PROGRAMAS PÚBLICOS - MORADORES DE CAMPINAS PARTICIPAM DE VÍDEO E PERFORMANCE
Duas outras atividades dos Programas Públicos também serão realizadas durante a exposição da obras premiadas em Campinas. A performer e diretora de artes cênicas Carolina Mendonça e o curador, arquiteto e urbanista Paulo Miyada repetem a estratégia de sucesso das ações de ativação dos conteúdos da exposição, sugerindo novos textos e interpretações, e gerando assim novos produtos - no caso, uma performance e um curta-metragem. Em comum, as propostas de Paulo e Carolina provocam encontros e reflexões sobre a relação do público com a exposição e suas obras, com participação de residentes de Campinas selecionados a partir de convocatórias públicas – as inscrições serão divulgadas em breve.
No dia 18 de setembro, a partir das 20h, Paulo Miyada exibe no Espaço Educativo Mixtape: Videobrasil Campinas seguido de conversa com o público. No curta filmado no ambiente da exposição, Paulo Miyada usa o vídeo para construir uma narrativa que incita o público a lançar novos olhares sobre as obras da Itinerância em Campinas. A proposta é fazer uma reflexão crítica sobre a arte a partir da perspectiva das obras da exposição e de sua relação com o público, com não atores selecionados entre moradores de Campinas.
Nos dias 24 e 25 de setembro, Carolina Mendonça apresenta a performance Público em dois diferentes momentos nos dois dias, às 15h e às 20h30. Público é um ensaio que intenciona deslocar a percepção do tempo e do espaço, na perspectiva do público da exposição. Performers ocupam e transformam o espaço expositivo, tentando coreografar diferentes processos de cognição e interpretação das obras.
Ao lado das ações de mediação, coordenadas pela equipe do Sesc junto aos visitantes e grupos escolares, as atividades dos Programas Públicos visam desdobrar temas e conceitos curatoriais presentes na mostra de forma transversal, provocando experiências e debates que iluminam e expandem questionamentos levantados pelas obras.
Minibios dos artistas convidados da abertura e dos Programas Públicos
Luiz de Abreu (Araguari MG, Brasil, 1963), bailarino e performer, investiga os estereótipos relacionados ao corpo negro. Apresentou-se em festivais de dança contemporânea na França, Alemanha, Portugal, Croácia, Cuba, Espanha, África e Brasil. Esteve na Bienal do Mercosul, Porto Alegre (2009) e mostrou o solo Travesti na mostra SESC de Dança, São Paulo (2001). Sua peça O samba do crioulo doido integra o acervo de videodança do Centre Georges Pompidou, em Paris. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.
Paulo Miyada (São Paulo, Brasil, 1985) é arquiteto e urbanista pela FAU-USP, onde realizou seu mestrado na área de História e Fundamentos da Arquitetura e Urbanismo. Atualmente coordena o Núcleo de Pesquisa e Curadoria do Instituto Tomie Ohtake. Em 2008, foi assistente de curadoria na 29ª Bienal de São Paulo e no mesmo ano realizou o documentário tododiafeira. Foi curador das exposições Tomie Ohtake: Correspondências mostra parte da comemoração do centenário da artista japonesa, e Estranhamente Familiar, que apresentou artistas contemporâneos emergentes, ambas de 2013, no Instituto Tomie Ohtake. Em 2014, foi curador das mostras Sem título – Técnica Mista, Dimensões Variáveis individual de Bruno Moreschi na Galeria Mario Schenberg do Complexo Cultural Funarte em São Paulo, e Em Direto, com os artistas Cadu e Fabio Morais, no Sesc Sorocaba. Como júri, em 2011, integrou o comitê de seleção dos programas de residência da Casa Tomada, e em 2012, o JA.CA. — Jardim Canadá Centro de Arte e Tecnologia.
Carolina Mendonça (São Paulo, Brasil, 1984) é artista que opera entre performance, artes visuais, teatro e dança. Formada em Direção Teatral pela ECA-USP é artista residente do Lote#3, contemplado pelo 15º Programa de Fomento a Dança da Cidade de São Paulo. Entre seus trabalhos como diretora destacam-se, em 2012, as peças Valparaiso, um Esboço, que participou da mostra Novos Diretores do Teatro da Vertigem, e Uma História Radicalmente Condensada da Vida Pós-Industrial, contemplada pelo Prêmio Primeiras Obras do CCJ, apresentada na Mostra SESC de Artes e contemplada pelo Prêmio Myriam Muniz de circulação no ano seguinte. Em 2013, foi performer de Coverman, de Alexandre da Cunha, no 18º Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil; e de Exhibition, de Cláudia Muller na Bienal Sesc de Dança no Sesc Santos. Em 2012, foi performer de 1 Milímetro of All That, de Cristian Duarte, exibida nas unidades do Sesc Pinheiros, Ipiranga, Belenzinho e Sorocaba, no Complexo Cultural Funarte, no Centro Cultural São Paulo – CCSP e no Museu da Imagem e do Som – MIS. Em 2010, participou de We Think, We Like That, de Cristian Duarte e Paz Rojo, no Festival Contemporâneo de Dança em São Paulo.
SERVIÇO:
O que: Itinerância 18º Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil | Obras Premiadas e Menções Honrosas - Campinas
Abertura | dia 29 de julho
Visitação: até 05 de outubro de 2014 (terças a sextas, das 08h30 às 21h30, sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 18h).
O que: Programas Públicos da Itinerância 18º Festival em Campinas
Performance - O Samba do Crioulo Doido, 29 de julho, 20h
Mixtape: Videobrasil |curta-metragem de Paulo Miyada: 18 de setembro, 20h, Espaço Educativo
Público | performance de Carolina Mendonça: 24 e 25 de setembro, nas duas datas duas apresentações, às 15h e às 19h45, espaço expositivo
Visita de grupos: de 30/07 a 15/08 e de 1º a 3/10.
Agendamento pelo email: agendamento@campinas.sescsp.org.br
Sesc Campinas: R. Dom José I, 270 - Bonfim, Campinas - SP
Entrada gratuita