Acervos, arquivos, bancos de dados
The Otolith Group, formado por Anjalika Sagar e Kodwo Eshun participa do Caderno Sesc_Videobrail 10: Usos da Memória, editado pela curadora Elvira Dyangani Ose. A dupla assina a proposição artística “Narciso de uniforme”, na qual analisam os selos postais lançados na África na década de 1960 em busca de narrativas de solidariedade e emancipação, bem como de enganos e utopias no continente africano. Segundo The Otolith Group, tais selos “ignoravam a instabilidade dos novos estados independentes da África”.
Arquivos e bancos de dados também serviram de base para seu vídeo Otolith, que imagina um futuro tenebroso no qual uma arqueóloga analisa arquivos dos séculos XX e XXI. A obra integra o Acervo Videobrasil desde 2005, quando participou da mostra Panoramas do Sul do 15º Festival. Foi nesta ocasião que Anjalika Sagar fez parte do ciclo de debates “Banco de Dados como Possibilidade de Construções Acumulativas de Ideias e Obras”, ao lado dos artistas Akram Zaatari, Giselle Beiguelman e Pablo Romano. Na ocasião, foi discutida a maneira como acervos de imagens e informação servem a artistas que trabalham com a apropriação e ressignificação destes conteúdos, bem como a criação de novos arquivos como foco da produção de alguns artistas. Também foram discutidas questões sobre direitos autorais, e os parâmetros para determinar o usufruto e a propriedade de imagens e textos.
The Otolith Group foi indicado, em 2010, ao Turner Prize, maior prêmio britânico voltado às artes visuais. Explorando os legados e os potenciais das lutas pela libertação, o tricontinentalismo, os futuros especulativos e a ficção científica, The Otolith Group já exibiu seu trabalho na dOCUMENTA (13) (Kassel, Alemanha), na 29ª Bienal de São Paulo (Brasil), na Tate Britain e na Tate Modern (ambas em Londres, Reino Unido) e no Stedelijk Museum (Amsterdã, Holanda).