Prêmios e residências do 19º Festival
O 19º Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil | Panoramas do Sul amplia seu número de premiações. Além do Grande Prêmio em dinheiro, no valor bruto total de R$ 75 mil, e de nove prêmios de residência, o 19º Festival lança um prêmio especial: o Prêmio SP-Arte/Videobrasil. Os artistas premiados recebem ainda uma escultura-troféu concebida por Efrain Almeida. Concorrem à premiação os 53 artistas selecionados pelo edital de obras que participam de exposição e programas de filmes no Sesc Pompeia e no Galpão VB, em São Paulo, Brasil, de 6 de outubro a 6 de dezembro de 2015. Os artistas premiados serão anunciados no dia 10 de outubro, em cerimônia no Teatro do Sesc Pompeia, às 18h.
Pela primeira vez, o Festival vai conceder o Prêmio SP-Arte/Videobrasil, com o objetivo de estimular e divulgar o trabalho de jovens artistas que abordam a discussão sobre o Sul Global em suas pesquisas. A iniciativa faz parte do programa de incentivo a artistas e desenvolvimento de novos talentos promovido pela SP-Arte, em parceria com o Videobrasil. O premiado terá uma exposição individual no Galpão VB, novo espaço da Associação Cultural Videobrasil, com abertura prevista para o período da feira (7 a 10 de abril de 2016), momento em que São Paulo ganha visibilidade internacional graças ao mais relevante evento do mercado das artes no hemisfério sul.
Para Solange Farkas, diretora do Videobrasil e curadora geral do Festival, os Prêmios de Residência, instituídos desde 1990, contribuem para o desenvolvimento de uma nova cartografia artística e cultural: “Os prêmios apoiam os artistas do Sul Global em experiências de deslocamento, oferecendo possibilidades para que enriqueçam suas práticas com o convívio e a troca com novos interlocutores e entornos”. Os artistas premiados realizam residências de dois meses em instituições parceiras do Programa de Residências Videobrasil ao redor do mundo. Graças à inserção do Videobrasil em uma extensa rede de colaborações, a atuação do programa já se estendeu pelos cinco continentes e, no 19º Festival, desenvolve-se pela América Latina, América do Norte, Europa, Oriente Médio e Ásia, aproximando os eixos Sul-Sul e Sul-Norte.
A escolha dos premiados fica a cargo de um júri internacional, nomeado por uma estratégia simples, mas eficiente, para ampliar a possibilidade de inclusão desses artistas no cenário mundial das artes. Este ano, o Júri de Premiação é formado por: Hoor Al-Qasimi (EAU), curadora e presidente da Sharjah Art Foundation, responsável pela Bienal de Sharjah; N’Goné Fall (Senegal), curadora de fotografia da Bienal de Bamako (2001) e da Bienal de Dakar (2002), crítica, ex-diretora editorial da Revue Noir; Priscila Arantes (Brasil), curadora, crítica e diretora do Paço das Artes (São Paulo); a dupla Sam Bardaouil (Líbano) e Till Fellrath (Alemanha), curadores e parceiros na criação da plataforma curatorial multidisciplinar Art Reoriented; e Sofía Hernández Chong Cuy (México), curadora, editora e curadora de arte contemporânea da Colección Patricia Phelps de Cisneros. Em uma discussão que envolve os representantes das instituições parceiras desta edição do Festival, os artistas são indicados às residências que possam contribuir mais para as suas linhas de pesquisa e poéticas.
Residências Artísticas do 19º Festival
O foco sobre a tradição e a cena artística local se manifesta na atuação da Arquetopia, em Puebla, que convida os residentes a conhecer a história do México e sua atualidade, sendo estimulados a ressignificar práticas tradicionais no contexto da arte contemporânea. No Brasil, a Residência Vila Sul, do Goethe-Institut Salvador, tem como eixos temáticos a conexão América do Sul-África e a conceituação do Sul Global, contando com espaços ideais para mostras e atividades em diversos formatos.
O Djerassi Resident Artists Program, maior programa de residência artística no oeste dos EUA, oferece aos residentes tempo ininterrupto de trabalho, reflexão e interação em um ambiente de plena imersão, reconhecido por sua beleza natural, em Woodside. As trocas culturais entre artistas, a comunidade universitária e o público são visadas pelo Wexner Center for the Arts, em Columbus, ligado à Ohio State University, que frisa seu compromisso em alimentar a expressão criativa por meio de seu programa de residências. Esses programas são possibilitados no contexto do Festival pela Res Artis, associação articuladora de residências artísticas que reúne mais de 500 colaboradores em mais de 70 países.
Os prêmios da Res Artis possibilitam ainda intercâmbios na Kooshk Residency, que contribui com o desenvolvimento artístico e cultural iraniano a partir de Teerã por meio de programas de intercâmbio e da articulação de colaboradores locais na organização de conversas, exposições e apresentações com os residentes; e no programa de residências do Kyoto Art Center, espaço de encontro dos vários gêneros da arte em conexão com a tradição da cidade e a vida cotidiana de seus cidadãos, profundamente ligadas à tecnologia e à indústria. Ainda na Ásia, a Red Gate Residency, apoiada nesta ocasião pela China Art Foundation, compromete-se com a promoção de diálogos multiculturais em ambiente imersivo, colocando os artistas residentes em contato com a comunidade e com a cena, materiais e técnicas artísticas de Pequim.
O foco nas relações com o ambiente e a comunidade locais guia o A-I-R Laboratory, programa de residências do Centre for Contemporary Art Ujazdowski Castle em Varsóvia, Polônia, que incentiva os artistas a apresentar sua obra nos espaços públicos, para maior engajamento da população local. E embora não se restrinja a um recorte geográfico, a Delfina Foundation em Londres, Reino Unido, estabeleceu estreitas relações com o Oriente Médio, o Norte da África e o Sul da Ásia, que continua a fortalecer enquanto plataforma incubadora de ideias e criadora de oportunidades para que os artistas posicionem sua prática num discurso global.