Akram Zaatari: Amanhã vai ficar tudo bem
Em ocasião do lançamento do livro da exposição Amanhã vai ficar tudo bem, do artista libanês Akram Zaatari, uma conversa em torno da presença libanesa no cenário e na produção artística brasileira reúne três olhares sobre a questão: curatorial-institucional, acadêmico e artístico. Solange Farkas, curadora da exposição e diretora da Associação Cultural Videobrasil, se une ao pesquisador e professor Eduardo de Jesus e ao cineasta Carlos Nader, vencedor de diversos prêmios por seus dois documentários e constante colaborador do Videobrasil em edições do Festival, com obras que estão na fronteira entre o cinema e as artes visuais. O encontro que marca o lançamento do livro acontece no sábado, dia 5 de novembro, as 15h, no Galpão VB.
Neste mesmo dia, das 11h às 17h, o Comedoro Café recebe como convidado o Al Janiah, que oferece um cardápio especial aos visitantes do #GalpãoVB. Al Janiah é um espaço cultural e político árabe com bebidas, comidas e músicas típicas do Oriente Médio.
Akram Zaatari: Amanhã vai ficar tudo bem (Tomorrow Everything will be Alright) é uma publicação bilíngue, ilustrada com imagens da exposição, com coordenação editorial da jornalista Teté Martinho, projeto gráfico da dupla de designers Celso Longo + Daniel Trench e textos dos curadores, Solange Farkas e Gabriel Bogossian, além do professor, pesquisador e ex-editor da revista Visual Anthropology Review, Mark R. Westmoreland. O livro traz ainda entrevista conduzida pelo curador Moacir dos Anjos com o artista Akram Zaatari.
Saiba mais sobre os participantes do encontro que acontece no evento de lançamento do livro:
Carlos Nader
Experimentando e cruzando linguagens, que vão da videoarte ao documentário, Nader é um realizador com forte apelo ensaístico. Preocupado com a complexidade da cultura contemporânea brasileira e sua dimensão midiática, busca na investigação de determinados personagens – anônimos, personalidades e artistas – os mais variados traços de identidades urbanas. De natureza documental, Beijoqueiro (1992) foi um dos vídeos nacionais mais reconhecidos da década de 1990, ao sintetizar em sua produção características comuns à sua geração. Na sequência, realizou os filmes Trovoada (1995), vencedor no Videokunstpreis em 1998, O Fim da Viagem (1996) e Carlos Nader (1998), vencedor do Grande Prêmio de Cinema Brasil de 2000. Nesse último, o conceito de autobiografia é desconstruído ao misturar sua própria imagem com depoimentos de travestis, filósofos, poetas e bandidos. Ao longo dos anos 2000, Nader concentrou suas atividades no exterior, onde dirigiu documentários e criou vídeoinstalações para centros culturais locais, participando de diversos festivais e exposições coletivas. Realizou uma série de outros filmes, como: Concepção (2001), Flor da Pele (2002), Cross (2003), RBS: 50 anos da televisão no Brasil (2007), Pan-Cinema Permanente (2008), Chelpa Ferro (2009), da série Videobrasil Coleção de Autores, e Eduardo Coutinho – 7 de outubro (2013). Recentemente ganhou, consecutivamente, os prêmios de Melhor Documentário Brasileiro de Longa-metragem nas duas últimas edições do Festival É Tudo Verdade pelos filmes Homem Comum (2014) e A Paixão de JL (2015), este último também premiado no 37º Festival de Havana, em 2016. No início de sua trajetória, editou as revistas Caos, de 1987 a 1989, e Circuit, em 1990. Vive e trabalha em São Paulo.
Eduardo de Jesus
É graduado em comunicação social pela PUC Minas, mestre em comunicação pela UFMG e doutor em artes pela ECA-USP. É professor do programa de pós-graduação em Comunicação da Faculdade de Comunicação e Artes da PUC Minas. Atuou em diversas edições do Festival Videobrasil e em projetos da Associação Cultural Videobrasil. Entre suas curadorias estão FIF – Festival Internacional de Fotografia (Belo Horizonte, 2013 e 2015), esses espaços (Belo Horizonte, 2010), Densidade Local, em parceria com Gunalan Nadarajan, para o Festival Transitio-MX (Cidade do México, 2008) e Mostra Fiat Brasil (2006). Tem publicado textos, ensaios e resenhas em torno da produção artística contemporânea.
Solange Farkas
É curadora e diretora da Associação Cultural Videobrasil. Em 1983, criou o Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, evento de que é também curadora-geral e que se tornou referência para a produção artística do Sul Global. Foi responsável por trazer ao Brasil exposições como as de Sophie Calle (Cuide de Você, 2009), Joseph Beuys (A Revolução Somos Nós, 2010) e Isaac Julian (Geopoéticas, 2012), do qual também foi curadora. Como curadora convidada, participou da 10ª Bienal de Charjah (Emirados Árabes Unidos, 2011), da 16ª Bienal de Cerveira (Portugal, 2011), da 5th Videozone: International Video Art Biennial (Israel, 2010) e do 6th Jakarta International Video Festival (Indonésia, 2013), entre outros.
Entre os destaques de seus 25 anos de carreira como curadora estão exposições como a mostra Contemporary Southern Hemisphere Videoart, participante do 9º Ayoul Festival (Beirute, Líbano, 1999); a Mostra Pan-Africana de Arte Contemporânea (Salvador, Brasil, 2005); La Mirada Discreta: Marcel Odenbach & Robert Cahen (Buenos Aires, Argentina, 2006); Suspensão e Fluidez (ARCO, Madri, 2007); e a Mostra Africana de Arte Contemporânea (São Paulo, Brasil, 2000), em parceria com Clive Kellner.
Em 2003, convidou Akram Zaatari e Christine Tohme para organizarem o evento de arte do Líbano Narrativas Possíveis, integrando a programação do 14º Festival. Compreendendo mostra de vídeos, exposição e palestras, o evento abriu caminho para uma intensa representação de artistas libaneses no Festival. Em 2015, Solange Farkas foi convidada a integrar o comitê de conteúdo do UN Live Museum, o Museu pela Humanidade da Organização das Nações Unidas (ONU).