Texto de apresentação Miguel Angel López, 2019
GABRIELA GOLDER
Buenos Aires, Argentina, 1971 Vive em Buenos Aires
O trabalho de Gabriela Golder investiga uma série de temas associados habitualmente à memória, à justiça social e à resistência. Suas instalações e vídeos exploram as tensões entre o individual e o coletivo, vasculhando a história política dos corpos e os efeitos dos modelos econômicos neoliberais. Na maioria de suas obras, a artista toma como ponto de partida sua experiência pessoal, destacando momentos que impactaram e mobilizaram sua subjetividade em resposta ao contexto da Argentina e da América Latina. Laboratorio de invención social (o posibles formas de construcción colectiva) [Laboratório de invenção social (ou possíveis formas de construção coletiva)] é um vídeo de dois canais que reflete o conceito de “trabalho”, algo presente em muitas de suas obras anteriores. Através do testemunho de operários de três cooperativas (Cintoplom, Cadenas Ancla e Cristales San Justo), Golder oferece uma reflexão poderosa sobre a precarização econômica, a insegurança laboral, as declarações de falência, a ocupação das fábricas e outros modelos de gestão administrativa. À artista, interessa documentar as formas de resistência que surgem das demissões sem justa causa pelas quais a classe trabalhadora argentina passou. Assim, a perda de postos de trabalho serve como ponto de partida para um relato que enfatiza as possibilidades de imaginar fábricas sem patrão – e as formas de fazer frente à vulnerabilidade econômica contemporânea. Dessa forma, Golder traça uma genealogia da memória do trabalho a partir da construção coletiva do bem comum.
Catálogo da 21ª Bienal