Em Uma Promessa, um alfabeto de letras-objeto feito com roupas usadas, restos de tecido e retalhos forma a instalação de um texto suspenso, em grande escala, que atravessa o espaço expositivo, impondo à visão uma mensagem urgente. Feita com materiais ordinários, de alcance imediato, a instalação expressa um grito por vingança daqueles que foram mortos para que as estruturas de poder se mantivessem as mesmas. O texto da obra, que segue abaixo, busca dar voz aos vencidos, àqueles que foram reduzidos a restos anônimos do progresso histórico narrado pelos vencedores.
AGORA AGORA AGORA E AINDA ANTES QUE ESSA BALA ME ATRAVESSE EU PROMETO QUE DO JURUNAS AO JANGURUSSU E DA CEILÂNDIA À BAÍA DE GUANABARA OS POBRES VÃO MASTIGAR OS RICOS E OS VENCIDOS VINGARÃO SEUS MORTOS.