Biografia comentada Eduardo de Jesus, 09/2004
Graduado em Belas-Artes pela Corriente Alterna - Escola Superior de Belas-Artes (1998-2003), Diego Lama (1980, Lima, Peru) faz parte de uma geração de jovens artistas peruanos que busca na arte eletrônica o seu meio preferencial de expressão.
Sua primeira produção em vídeo foi El viaje (1998), que participou da 3ª edição do Festival Internacional de Video Arte do Peru (1999). No ano seguinte realizou I've got you under my skin, que também participou do mesmo festival, em sua 4ª edição.
Em 2000 participou do Rec.Media.1, mostra de cultura eletrônica e musical de Lima, com o vídeo Beyond somewhere (2000). Nesta obra o tempo alterado torna-se lentíssimo e enfatiza a força da cena de um suicídio, que acaba por tingir o céu por trás do personagem. Este trabalho, de certo modo, define a linha de atuação de Lama pelas imagens cheias de duplo sentido, ironia e humor negro.
No mesmo ano produziu Estereoscopia, vídeo que traz as conexões entre som e imagem como geradoras de sentidos. Na tela, dividida em duas partes, vemos de um lado uma solda e de outro um peixe que reage sincronicamente aos ruídos e aproximações da solda. Esse recurso da sincronia do som e da utilização de músicas famosas, que acabam por dar um tom irônico aos vídeos, aparece em outras obras e enfatizam o caráter ambíguo das produções de Lama. Entre esses trabalhos podemos destacar No-Latin party (2003), que mostra uma cena de O poderoso chefão de Coppola sonorizada com a canção ”South American way” de Carmen Miranda, que transmite um tom bastante crítico e irônico ao vídeo.
Em 2001 produziu Schizo uncopyrighted, vídeo que aproxima o filme Psicose de Alfred Hitchcock da versão de Gus Van Sant (1998). No vídeo, Diego Lama usa como trilha sonora a música I love you, com a histórica interpretação de Frank Sinatra, dando outros sentidos para a clássica cena do chuveiro de Hitchcock. Este vídeo participou da mostra competitiva internacional do Videoex - International Experimentalfilm and Videofest, em Zurique, Suíça (2002); L.A. Freewaves, em Los Angeles (2002); World Wide Videofest, em Amsterdã, Holanda (2003); entre outros. O vídeo também foi exibido na 6ª edição do Festival Internacional de Video Arte do Peru.
Em 2002 produziu Family, vídeo que aborda as tensas relações de uma família. A economia das imagens, quase minimalistas e realizadas com ênfase nos planos de detalhe, acaba por revelar o universo de Diego Lama em que podemos apontar como características a ambigüidade das imagens, o rigor formal e a narrativa aberta e sem linearidade. Family foi exibido na 7ª edição do Festival Internacional de Video Arte do Peru e também na mostra Pain killers, Pain thrillers (2004), com curadoria de Max Hernandez Calvo, no Centro Cultural da Universidade Católica em Lima, Peru.
Em 2004 Diego Lama foi selecionado para a residência de três meses no Site Gallery, centro de arte contemporânea em Londres.