A partir de diferentes matizes, o nacionalismo retorna como chave para a compreensão das disputas que moldam este nosso tempo, deixando no ar a pergunta sobre a duração e o alcance desse novo ciclo regressivo.

Nesse contexto, a 21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil | Comunidades imaginadas toma de empréstimo o título do clássico estudo de Benedict Anderson sobre o nacionalismo para investigar como poéticas oriundas do Sul vêm elaborando o fenômeno. Sem abandonar o foco geopolítico, a equipe curatorial da 21ª Bienal, formada por Gabriel Bogossian, Luisa Duarte, Miguel López e Solange Farkas, pretende alargar o repertório de questionamentos e ampliar a diversidade das vozes que ouvimos. Contempla, desse modo, comunidades sem Estado, povos originários, comunidades religiosas, místicas ou refugiadas de seus territórios originais, comunidades fictícias, utópicas, clandestinas ou aquelas constituídas nos universos subterrâneos de vivências sexuais e corpos dissidentes.

Mudanças conceituais

A favor de um posicionamento mais nítido no cenário global das artes, e sem descuidar das mudanças em curso no nosso contexto local, adotamos de agora em diante o nome Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil. Com o dinamismo e a originalidade que o caracterizam, o Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil chega a uma nova fase, integrando-se aos propósitos e ao calendário internacional de Bienais.

Mudanças a parte, permanece inalterado o estimulo à produção artística fora do sistema mercadológico, a geração de conteúdo reflexivo por meio de seminários, debates e publicações, as iniciativas de formação de público e o incentivo a uma troca concreta entre os artistas. Com abertura em outubro de 2019, a 21ª edição acontece no Sesc 24 de Maio e no Galpão VB e se desdobra em três plataformas curatoriais – exposição + programa de filmes, programas públicos e publicação –, cada uma a cargo de um curador convidado.